"Ene-a-ó-til não"



A algum tempo atrás escrevi sobre "adultecer" e como não poderia deixar de ser, já que partiu de mim e essa minha aversão a tornar-me adulta, discriminei o verbo como se não houvesse amanhã. 

Pois bem, amanhã finalmente chegou - alguns anos atrasado, mas em tempo de reconceituar esse meu preconceito.

Ser adulta é muito além de terminar os estudos, conseguir um emprego, firmar relacionamentos ou assumir responsabilidades. Você não se tornar adulto por que é formado, trabalha - e é muito bom no que faz, ou por que noivou, casou, teve filhos. Tem muito marmanjo por ai que está pra lá dos seus 40 anos e nunca se tornou adulto, contudo, tem também muita criança - em idade - que é capaz de lecionar sobre o que é ser um adulto e quando eu digo "lecionar" me refiro a exemplos vivos e não a teorias.

Ser um adulto de verdade se consolida em uma ação que deveria ser simples, mas definitivamente não é. A ação de saber, querer e poder dizer NÃO! A ação de impor e se impor limites, de escolher o que você não quer para você e de declarar, assumir e estabelecer o "não" com todos seus prós e contras. Adulto de verdade é aquele que se aceita e que portanto, não precisa tentar agradar a todos, não se preocupa só em ser gentil e passar por cima de si mesmo em prol de outras pessoas. Adulto de verdade é altruísta sim, mas um tipo de altruísmo que não te anula, não te oprime ou corrompe. Adulto de verdade toma decisões independentes e acredite, ouve muitas opiniões, conselhos e reclamações acerca de suas decisões, mas nada se compara ao prazer de tê-las tomado, da certeza de que se fez o que acredita e precisa. Adulto de verdade nega, questiona, pontua, define, porém, o que diferencia esse adulto de apenas mais um moleque mimado ou adolescente rebelde é que ele não o faz por insolência, para se destacar ou desafiar, ele o faz por convicção e personalidade!

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