Acabou finalmente! Quase um ano de: trás daqui, preenche dali, faz acolá. Vai, volta, passa para outro lugar, vem de novo, retorna pro começo. Refaz, providencia, consegue, tenta, faz mais - e não deixa para depois por que tem sempre muito mais. Depois de meses garantindo que o "melhor é sobrar do que faltar", se pegando a cada mínimo detalhe, repassando cada passo, garantindo que nada saia do lugar... hoje, até que enfim, escutei (escutamos!) a tão esperada frase: "seu visto for aprovado!" e é INDESCRITÍVEL a sensação de alívio, alegria, de dever comprido e cumprido! Mas principalmente, a certeza que de agora vai, que estamos aptos, aprovados e abençoados para seguir com o nosso amor, que as maiores autoridades (além das divinas, claro) acreditam e sabem da verdade e merecimento do nosso elo e que podemos concretizá-lo com o "apoio do mundo". Enfim, benção grande, conquista desejada e muito bem-vinda - agora, nada mais justo que ajudar com...
Estava no meu quarto quando escutei o murmuro de dó vindo lá da cozinha: - Aaaaw, um beija-flor. Era minha mãe pontuando aquele hóspede inesperado no nosso apartamento, inesperado e desesperado, vale salientar. O pobre pássaro estava em uma agonia de dar dó mesmo, se debatendo em meio a luminária, desesperado para sair dali e acuado demais para fazê-lo, começou então a operação resgate daquele serzinho para que ele voltasse a beijar suas flores lá em baixo, no jardim, imaculado, inteiro, sem machucados... Mas como lidar com uma criatura tão miúda e tão aparentemente frágil? O mundo é demasiado bruto e grande para algo tão delicado, ainda assim ele existe e estava ali com o destino na mão desse mesmo mundo. Bolei planos com minha mãe para podermos capturá-lo sem causar-lhe nenhum dano e começou aquele corre, sobe, desce, pega, larga, voa, cai no meio da nossa cozinha... O beija-flor parecia não entender que não estávamos tentando lhe fazer mal, e nem poderia, quantas pessoas re...
Aquela não foi a primeira vez que me questionava sobre atitudes tomadas por essa impulsividade avassaladora que me domina e me leva a precipícios que de alguma forma eu gosto de estar. Pensei se agora não poderia ser diferente e emergindo a esse pensamento temi estar me enganando de novo, como nas vezes em que havia pensado igual. Mas isso era irrelevante, então arrisquei e me entreguei à possibilidade de dar certo. Não que eu espere o ‘viveu feliz para sempre’, mas me fascino pela graciosidade do eterno risco que vale a pena, ainda que seja por um instante que compensará todo o resto. Quanto ao final, opto pelo desapego. Estou convicta de que ele é ilusório, inexistente, e estará sempre se desfazendo à medida em que tudo acontece, flui, se cria, reinventa, recomeça e evolui. Aliás, faço questão de ‘virgular’ as coisas para não pôr fim naquilo que ainda pode ser escrito e que estando ao meu alcance manterei com aspas, hífens, parênteses, dois pontos e uma infinita r...
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