Para amanhã.
Eu planejo uma vida simples.
Uma casa que seja acolhedora, daquelas que quando a gente entrar consiga perceber que é de verdade, mas que tenha uma cara de família e um vigor humano tão presentes, que se confunda com os sonhos.
O cachorro vai fazer xixi na porta e toda vez que a gente chegar, vai pisar naquilo e gritar, "AI QUE ÓDIO DESSE CACHORRO", até perceber que ele discretamente está lá, sentado a nossa frente, com o rabo abanando e olhar baixo, um misto de desculpa e de saudade imensa "que bom que vocês chegaram em casa.". O gato será mal humorado e encantador como você... algo envolvido em mistério e fascinação, e ao ver o cachorro com toda a atenção voltada para ele, dará um jeito de provocá-lo para chamar também a nossa atenção... e a gente vai dar aquele sorrisinho divertido no meio do clima cansado de um dia exaustivo e descobrir hoje, de novo, que eles são nossa família.
Na sala haverá nossas fotos coladas na parede (todas espontâneas, nada de estúdios, maquiagem ou mascaras.) fazendo caretas e poses engraçadas, se abraçando e dando gargalhadas... e de frente para estas fotos, duas cadeiras... exatamente, um cômodo só com isso... e quando a gente brigar, será obrigado a ficar de castigo lá, os dois, sem dizer uma palavra, só olhando nossas fotos... até eu fingir que estou com frio (ou estar mesmo) e você, mesmo em meio a ira das brigas e cotidiano previsível, levantar bufando com aquele bicoderaiva tão seu e me trazer um casaco... aliás, casaco igual ao que você terá em seu carro, em meu carro, e em todos os lugares possíveis e imagináveis a cada vez que essa cena se repetir.
No cair da noite eu vou entrar no quarto (em que você vai estar obviamente jogando ou estudando) desesperada com algum problema que causei na cozinha, talvez a maquina de roupa que encheu demais de água, ou a panela de pressão que eu deixei explodir... se for caso do dano ser em mim, eu vou gritar e você virá correndo... se deparando com a cena e rindo enquanto exerce tão bem a sua preocupação paternal. Depois pediremos uma pizza quadrada com pimenta e um petit gateau pra mim, claro.
Na geladeira vai ter ÁGUA! Sorvete napolitano com a parte de chocolate e morango toda comida (NÉ?), cervejas escondidas e doces de todos os tipos mais escondidos ainda, por que você vai querer me proibir de comê-los e eu vou mentir dizendo que parei com eles.
Haverão passarinhos também, muito barulhentos, mas que ficam na área externa da casa e portanto, não incomodam tanto assim... podíamos ter um viveiro, tipo o do zoológico, que acha? *-* Você vai ficar louco com eles! Mas será aquele que mais cuidará de todos e que estará atento a cada comportamento diferente ou ovinho que estiver lá... e eu vou ficar com ciúme, reclamar que você dá mais atenção para eles do que para mim, enquanto você negará. Teremos também um aquário, um jabuti e hamsters... ou melhor, posso ter um zoológico? Diz que sim, diz!
Na hora de namorar, trancaremos a porta do quarto em respeito aos animais, mas antes mesmo de qualquer coisa acontecer, eles vão arranhar a porta, e grunhir e miar e tudo o mais... então a gente vai gargalhar muito disso e fingir que está dormindo até que eles adormeçam também e a gente possa, finalmente, namorar.
Teremos amigos e jogos de tabuleiro no fim de semana - talvez cerveja e petiscos - se você for bonzinho. As férias são para viajar e os feriados grandes, para preencher nosso livro de aventuras em acampamentos e qualquer outra invenção adolescente que possamos ter (assistir todos os filmes de HP seguidos por exemplo).
Nas TPM´s ou andropausa, um quarto extra equipado com um computador e livros (também servirá para estudos e projetos). Uma cama e uma porta semi aberta convidando o outro a vir fazer as pazes... um banheiro nosso, e um social, mas na verdade, o nosso é seu por que fica escondido e não quero ver a bagunça. HAHAHA
Uma vida comum, com problemas e fases ruins. Com insegurança e ciúme (com certeza ciúme!), mas acima de tudo, com uma vontade mútua de estar incondicionalmente ali, vivendo-a. Com aquele sorriso saudoso ao fim do dia de trabalho, ou talvez, aquela expressão de chateação com os problemas que ele tem, mas que se desfaz em conversas, desabafos e cócegas, muuuitas cócegas! Topa?
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