Domingão.

A gente tem medo de tanta coisa nessa vida que se permite aterrorizar apenas pela ideia de algo que  (geralmente) nem sequer chegamos a vivenciar.

Lembro de possuir um medo absurdo de ficar sozinha, não por um curto espaço de tempo e, muitas vezes, nem se refere a estar literalmente sozinha. Meu medo era mais específico, mais detalhista, um medo baseado no modelo de vida boa que eu queria para mim, onde, necessariamente, era rodeada de pessoas, que obviamente, apreciavam, queriam e procuravam minha companhia.

Tinha pavor da ideia de ficar sem opções de companhia, de que ninguém gostasse de mim, ou, muito pior, de estar rodeada de pessoas que não preenchiam minha sensação de solidão. Depositei por muitos anos - muitos mesmo - nas pessoas, a capacidade e obrigação de me preencher, sem imaginar porém, que isso é mais função minha do que de qualquer outro.

Acontece que a gente cresce e amadurece. Depois de quase toda uma vida de busca por amigos que raramente estavam realmente disponíveis, ou que simplesmente não se mobilizavam tanto quanto eu para 'manter a amizade', aprendi que, por fim, de fato, a melhor e maior companhia que nós temos na vida é estarmos conosco e mais que isso, estarmos de bem conosco.

Hoje foi mais um daqueles zilhões de fim de semana que catei meus amigos nas agendas telefônicas, redes sociais e todos eles estavam "ocupados demais vivendo a própria vida". E poderia sim, ser mais um daqueles finais de semana em que fiquei remoendo essa indiferença como um ácido destruidor das minhas entranhas, mas resolvi, nem que seja só dessa vez, fazer diferente: ME chamei para sair. Liguei para mim mesma ao invés de ir atrás dos outros; me arrumei para mim mesma, do jeito que eu prefiro, quando quase sempre me arrumo para os outros me verem ou comprarem uma imagem que nunca me reflete verdadeiramente; gastei comigo mesma e não comprando a companhia dos outros; fiz programações que eu gosto e sorri daquilo e com aquilo que quero para mim, não com o que os outros querem para mim, ou, que eu quero por que acho que eles querem. Me fiz feliz, comigo e por mim.

Enfim, descobri sendo sozinha, que só fica sozinho mesmo - no sentido ruim da palavra -  quem quer!
E lembrei, daquilo que nunca deveria ter esquecido: Não há NADA que alguém possa fazer por nós, se nós mesmos não fizermos. E você, já enfrentou algum medo hoje?


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