As vezes uma coisa é so um coisa.

Quando quebrei a minha mao, tive que explicar detalhadamente a um monte de gente como isso aconteceu, porque, voce sabe né? Lesoes corporais podem representar violencia domestica.
Quando as pessoas reparam que tenho band aid nos meus dedos, tenho que explicar que faco isso para evitar roer as unhas, porque, voce sabe né? Dedos machucados podem indicar uso de drogas.
Quando eu fico calada, visto que sou uma pessoa falante, sempre é importante reforcar o motivo, mesmo que seja uma amenidade qualquer como estar com sono, porque, voce sabe né? Ficar calada assim é sinal de depressao.
Do mesmo modo, quando estou hiperativa e falante demais, pelo simples fato de ser essa a minha personalidade, preciso me conter, porque, voce sabe né? "Rir de tudo é desespero".

[...]
Num mundo de psicanalises e subconscientes, de sindromes e pseudo-repressao, raramente a gente percebe que as coisas podem ser mais simples do que costumamos significar: Um sorriso pode ser so um sorriso. Voce pode ter achado a piada engracada e ponto - e isso nao tem nada a ver com contextos e entrelinhas; Com nao-ditos e o que ser quer dizer. Uma lagrima de dor pode ser apenas uma reacao a um corte, um machucado externo, uma queimadura ou queda literal, e nao uma transferencia de sentimentos escondidos ou traumas insuperados. Abracar alguem, especialmente do sexo oposto, nao representa dar mole. Ser simpatico com todos nao significa falsidade -muitas vezes é so educacao mesmo. Do mesmo jeito que "ser de poucos amigos" nao quer dizer nada sobre a indole de ninguem.
Nos todos temos direito de estar felizes porque sim. De estarmos triste porque nao estamos felizes. De termos porque queremos. De nao fazermos porque nao queremos. De demonstrarmos porque é exatamente o que estamos sentindo naquele exato momento. De dizer nao porque nao quer dizer sim. De dizer sim porque quer. Enfim, de sermos simples - e nem por isso deixarmos de ser interessantes, autenticos e verdadeiros.
Paremos de mergulhar tao fundo num mundo que por si so ja é absurdamente complexo e denso. Olhar pro outro e para nos mesmos, tentar (nos) entende-lo e usar da empatia é bom sim, mas melhor que isso é simplificar, solver, resolver, disolver o excesso. elevarmo-nos. Alias, sempre que possivel, eLEVE-se!


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