Pouco ou nenhum (mas ótimo!)
Uma ou duas amigas vieram me cobrar presença essa semana.
A não mais que um mês, eu decidi (propositalmente) sumir delas - assim como quem foge de uma penitência.
Não foi como um querer, ou um experimento, foi uma necessidade.
Após mais um episódio de indiferença, falta de consideração ou de relação por interesse, decidi finalmente me abster de tais "amizades" - e isso foi, talvez, a atitude mais sábia que tive nos últimos anos!
Depois de muito tentar, implorar, correr atrás, se importar com pessoas que decididamente não correspondiam a tal sentimento e a tal dedicação, finalmente me dei conta de que não são nada saudáveis essas relações individuais que insisto em ter em dupla, em trio, em grupo. Ainda mais, por que quando a gente passa muitos anos mendigando aquilo que temos direito, chega uma hora que a revolta (nesse caso, o bom senso e o amor-próprio) bate forte - pois bem, essa hora chegou para mim.
Sendo bem realista e prática, o tempo todo, quase todas estiveram comigo por conveniência - como aquela que nunca foi de muitos amigos, mas que na primeira oportunidade que teve de me substituir, o fez; Por falta de opção - a fulana que é minha amiga sempre quando as amigas dela estão ocupadas demais para ela; Ou por consequência - 'bom, já que ela anda com fulana e eu também, eu aturo ela'. Sem mencionar aqui as amigas do meu carro! Dos meus favores! Do que eu puder oferecer! (mas não minhas).
Sempre fiz questão de estar com meus amigos por querer bem a todos eles, por amizade na sua mais pura essência. Por que então seria eu a valorizar o que me oferecem e não ao contrário? Por que seria eu a lembrá-las (de novo) que amizade é reciprocidade, é afeto, união, consideração? Por que deveria me dedicar para estar cativando-as constantemente, quando na verdade também preciso ser cativada? E quanto a esta ou aquela que preciso ficar cobrando, lembrando que eu existo? Fulana ou sicrana que querem tudo de mim e nem ao menos se importam se posso oferecer? Se quero... Indo atrás de algumas, por que se não o fizer, jamais virão atrás de mim? Sendo a carente, possessiva, chata? Francamente, eu prefiro oferecer a mim mesma tudo que ofereço a quem nunca mereceu. Me libertar dessa necessidade de mártir das amizades, de porto seguro, fonte de necessidades, reserva das opções...
Em poucas palavras, nunca estive tão só e tão bem.
- É! Mas você não pode viver sozinha.
De fato, nem quero. Contudo, posso sim, escolher melhor para quem entrego o meu melhor... "E pra começar, eu só vou gostar (procurar, estar, zelar, me dedicar, partilhar, considerar) de quem gosta de mim.".
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