IRMÃE!
"Sua relação com a sua mãe é engraçada, vocês parecem irmãs." e somos!
Tenho com a minha mãe uma relação de amor e ódio.
A gente se estranha e se ama com uma freqüência tão frenética que até a velocidade da luz seria incapaz de representar...
Lembro que não faz tanto tempo assim que isso funciona, nós já fomos bem mais de ódio do que de amor e por pouco - pouquíssimo mesmo - não nos perdemos nos despropósitos dos conflitos cotidianos, das opiniões divergentes, desse nosso temperamento irritantemente e exageradamente oposto.
Hoje chamo minha mãe de 'mulher', não mais de mãe.
Se o telefone toca, é 'a mulher' ligando. Se ouço algum 'mimimi' é a mulher resmungando, enfim, categorizei-a como 'mulher' por que é o que ela literalmente é, uma mulher! Com direito as todos os defeitos e humanidades que lhe cabem... Chamo minha mãe de mulher não por desrespeito ou pilera - como muita gente pensa/julga; nomeei-a assim por um motivo absolutamente simples: a intimidade tão sofrida e preciosa que demoramos anos - e dourados anos, vale salientar - para conquistar.
Minha mãe hoje é 'minha parecera' literalmente, é aquela pessoa que mantém comigo intimidade e liberdade suficiente para brincar, brigar, amar, ao tempo em que conquista respeito e consideração.
Se eu tenho que rebater o que a minha mãe diz, eu rebato. Se eu discordo de algo que ela impõe, eu discuto. Se minha opinião for divergente da dela, eu pontuo... Aos poucos a gente vai se construindo, se demarcando, crescendo juntas, por que tenho nela uma amiga e sei (com todo o meu coração e com todas as cicatrizes deixadas dos nossos tapas e beijos) que embora o 'modelo padrão de mãe e filha' não seja efetivo para nós duas, temos o quesito principal desse modelo: uma amizade e um amor incondicional!
Te amo Marniêzinha!
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