Tomás.

Quem 'me acompanha' sabe do meu amor incondicional pelos animais. Sabe que não importa como, sempre que eu puder irei ajudar um animal que precise de mim. Pois bem, essa semana foi a vez do Tomás...


Tomás é um gatinho sapeca, que como tantos outros, foi maltratado pela desumanidade humana. Encontrei-o próximo a minha casa, distraído, assustado, sujo e machucado. Sem pensar - sem lembrar de asma, rinite, alergia, condição financeira - senti (como sinto cada vez que me deparo com uma situação assim) que era meu dever, no mínimo, limpar e alimentar aquela criaturinha tão miúda, indefesa e ainda assim, já tão judiada por esse mundo 'cão'. (Antes fosse cão mesmo.)

O que fiz ou deixei de fazer por Tomás não vem ao caso agora, eu podia passar horas descrevendo como sou uma alma bondosa, um espírito evoluído, uma criatura sublime por ter feito nada mais que a minha obrigação de zelar pela vida, pelo planeta... Acontece que o foco aqui é o que ele fez por mim. O que, essa 'coisinha' pode fazer por alguém sem nem saber que está fazendo. 
(além de uma crise alérgica das brabas! rs*).

Desde que Tomás chegou tenho perdido o sono em brincadeiras infinitas com uma fitinha verde. Que gato idiota, como pode se divertir tanto com essa besteira? E eis que com sua idiotice me pego rindo por ter perdido o sono, rindo por estar rindo, apenas rindo por uma alegria tão simples e tão sincera que uma brincadeira despropositada me trouxe.

Desde que Tomás chegou tenho transbordado amor, coisa que normalmente já faço com Suzy (minha cachorrinha), mas aqui em casa Tomás não é bem-vindo como ela e isso me trás uma solidariedade infinita por ele. Uma paciência incompreensível quando as pessoas chegam com seus discursos exaltados sobre minha saúde e a falta de consequência de trazer um animal que eu nem sei se está doente e colocar dentro de casa... Isso me desperta uma vontade de abraçar todo mundo e dizer "Gostou? Pois é por isso que o trouxe, pq ele abraçou minha alma num pedido de socorro e num acalanto que quase ninguém consegue me dá.".

Desde que Tomás chegou, meu colchão foi batizado com urina, meu nariz está pior que o tal chafariz da música e o mau cheiro de suas necessidades fisiológicas impregnou meu quarto - ainda assim eu sorrio, eu relevo, eu quero passar por isso, até finalmente completar minha missão com Tomás, dar-lhe um lar...

E hoje, eu cumpri essa missão. Tomás acaba de ir para sua nova casa, com uma nova dona que o recebeu com o mesmo sorriso bobo que eu quando estava na presença dele e que acredito fortemente que irá amá-lo e cuidar dele como fiz no espaço mínimo de dois dias. Aliás, dois dias foi o tempo suficiente para desenvolver um amor tão grande que me deixa feliz em poder fazê-lo feliz (mesmo sem mim), ao tempo em que me dói na alma de saudade como se um pedaço meu estivesse partindo...

De todo modo, mesmo o adeus doendo e parecendo o fim, como bem me ensinou "o cão e a raposa" (desenho da Disney), guardarei para sempre em meu coração.

Comentários

  1. Tomás, lhe será eternamente grato....e nós enviamos um beijaço na tua alma grandiosa...

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