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Mostrando postagens de julho, 2011

Os menos mais.

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Estou a muito tempo tentando expressar uma indignação contida dessa gente vazia de alma, coração e cabeça que se tornou os exemplares da espécie humana. Até agora um acúmulo de expressões me engasgam e nada consigo produzir a não ser um silêncio preenchedor. Acho que é a forma inconsciente de dizer a mim mesma o quão perda de tempo é falar certas coisas para quem não merece nem meu desprezo, aliás, é a forma de desprezá-los. Acontece que por mais que minha racionalidade e - sem dúvida - superioridade me impeçam de rebaixar-me a certos níveis, há uma grande parcela minha que sente, que sofre e que obriga-se a fazer algo em relação a isso. Por que meus olhos estão tornando-se cegos a injustiças, meus ouvidos tornaram-se surdos a apelos de muito tempo, e meu tato a cada dia que passa se confunde mais no discernimento do certo e do errado. Penso incansavelmente que num dia qualquer posso ser convidada para um almoço em família pelo meu pai e não poderei ao menos sentir vontade de i

Avessos vitais.

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Se alguém te disser que será fácil, não acredite, ou no mínimo desconfie muito. Isso nada tem haver com descrença ou negativismo, mas sim com um utopismo desnecessário e uma inaceitável preguiça de fazer acontecer aquilo pelo qual vale a pena qualquer dificuldade. Pois para cada dia de sol, tem-se outros tantos de chuva. As alegrias só tem sabor real se experimentadas depois de tristezas. E viver só é digno verdadeiramente para quem sabe valorizar isso no enfrentamento de cada impercilho, no crescimento e manutenção constante que nos é necessário. De nada adianta as felicidades dos relacionamentos, se não há amadurecimento para mantê-lo. De nada adianta os prazeres do mundo, se não há sabedoria para dosá-los. De nada adianta as dádivas, se não há gratidão para recebê-las. Tudo está vinculado reciprocamente. Para haver bem, deve haver mal. Para haver luz, deve haver escuridão, e para haver sentido, sem dúvida deve haver dificuldade. Aquilo que é muito fácil, óbvio, ou simples

ERROR

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A gente erra tantas vezes no percurso que mal difere o que foi certo e o que não foi. É como se por índole humana estivéssemos destinados a errar mais e mais, tentados a cair numa redundância infinita que só varia de errar, para o errar novamente. Irremediavelmente - quantitativamente e qualitativamente falando -  quanto mais se erra, mais a gente tende, gosta e se especializa nisso. Tem muito mais haver com a resolução, do que com o fato em si. Tem haver com a sensação de acertar em pequenas doses, aquilo que surgia como sem solução, e pior, causado por nós. A gente erra por omissão, excesso, causa, efeito, consequência, achismo, prevenção, justificativas, por sentimentos e até mesmo por coisas boas - como o amor, a amizade, a consideração, o respeito, relações e a vida. Em absolutamente tudo que se faz, pensa, sente, tem e quer, há um erro inevitável esperando em algum lugar. Cedo ou tarde iremos cometê-lo. E se jogar nele, se afogar e lambuzar nele, mexer e remexer até engros

o(RG)anizar

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O meu guarda roupa estava um caos. Tinham milhões de bugigangas amontoadas indefinidamente, num compartimento que parecia ser minúsculo demais até para suportar só metade delas. Resolvi que estava na hora de mexer naquilo tudo, e como se não houvesse amanhã disponibilizei-me totalmente a retirar cada coisa que estava ali - com todo cuidado para não danificá-las, claro. Enquanto realizava esse processo, inevitavelmente reparei o quão aquele guarda-roupa refletia-me. Faço bem esse gênero: De minúsculo compartimento capaz de guardar e suportar infinitas coisas. Trago em mim detalhes, bobagens, historinhas, momentos, características mínimas que se amontoam cada vez mais e me preenchem. E por incrível que pareça, como se possui-se um buraco negro internamente - capaz de engolir tudo que vier até mim - eu nunca estou totalmente preenchida. O meu guarda-roupa interno difere neste ponto do do meu quarto (ou talvez não.) Ele sempre cabe mais, sempre falta algo, sempre precisa de algo...ou