Jecoidzar

Eu estava com saudade, e engana-se quem pensa que saudade  é  coisa abstrata. Estive com saudade esse tempo todo, e posso garantir que, pelo menos a minha, sempre foi muito palpável. Ela sempre teve hora,  teve pele, cheiro, cor e ate localizacao.  A minha saudade era de abraco amigo, de gargalhada alta, de expressao espontanea, especialmente por confiar e se sentir a vontade com aquele grupo de pessoas. A minha saudade estava no calor e energia do abraco de urso daquela amiga, abraco que so ela tem, que me transmite uma paz e uma felicidade insubstituiveis. Estava na acidez e humor peculiar do meu amigo, no seu jeito sempre engracado de dizer verdades duras e necessarias demais. Na sua voz e disponibilidade a ajudar sempre. Estava ainda, na companhia daquela outra amiga de infancia que consegue conversar comigo so com o olhar. E por falar em conversar, nossa! Como minha saudade estava nessas conversas... Minha saudade, estava naquela reuniao despretenciosa. O tipo de re

Não divida seu pôr-do-sol com quem não está na tempestade com você.     Aquele que não se molhou na chuva, não precisa de sol para se secar. Do mesmo modo que, aquele que não te abraçou quando você estava com medo do trovão, não merece e nem precisa, dividir a serenidade do dia se indo em paz.    O dia claro, é espetáculo aberto ao público. O nascer do dia, é fé necessária ao povo todo. A noite que vela o sono, é descanso e sonho indispensável para seguir a vida. Ja o pôr-do-sol, é oração, é gratidão quase que particular. Compartilhada só com aqueles que são seus motivos para orar e agradecer.      Reserve apenas a quem está do seu lado, os maiores espetáculos do seu dia, da sua vida. Nem sempre salvar algo, ou algum momento, para si e para os seus, é egoísmo. As vezes, é valorizar, cuidar daquilo com a unicidade e importancia que merece. Para os poucos e bons, com os muitos e melhores sentimentos que temos, que somos.     A luz que você irradia, pode ser distribuída e

  Ha anos atras, estavamos, eu e algumas amigas, andando pelo centro da cidade. Entre uma conversa e outra, atravessei uma rua distraída sem olhar para os dois lados, e antes de conseguir chegar a metade da minha travessia, ouvi alguém gritar meu nome desesperadamente, no que virei para olhar do que se tratava, um carro passou em alta velocidade a literalmente alguns centímetros de mim.      Minhas amigas ficaram paralisadas me olhando enquanto eu dava meia volta sentindo ainda "o toque da morte". Foi quando uma delas me abraçou e ficou repetindo "Menina, isso foi um livramento. Graças a Deus. Foi um livramento!" Como essa minha amiga especificamente sempre foi muito religiosa e costuma falar essas coisas, respeitei a crença dela, mas nao dei muita atenção ao que seria o tal do livramento. Acontece que, a medida que os anos se passam, vários outros "livramentos" acontecem frequentemente na minha vida, quica, diariamente.     Livramento  é  o nome que

   Essa semana assisti uma entrevista em que uma comediante muito conhecida explica que mesmo em profunda dor pela perda de um ente querido, ela se pegou fazendo piadas durante o velorio. "Todo mundo me olhava com cara feia", explicou ela.    Alguns anos atras, morreu uma parente muito proxima de uma amiga minha. Ela sofreu muito nos primeiros dias e quando se sentiu a vontade, entrou num periodo de ir para festas, muitas festas, o tempo todo. " Nem parece que perdeu alguem que amava tanto a tao pouco tempo", ouvi dizerem.    Minha cachorrinha Suzy morreu e meu luto comecou antes mesmo que ela partisse, no seu periodo de doenca. Arrisco dizer que durou uns bons anos depois que ela definitivamente se foi. "Tudo isso so por causa de uma cachorra?", muita gente questionou.   Quando minha madrinha morreu, por sua vez, eu nao tinha nem 10 anos de idade e embora mais de 20 anos tenham se passado, choro e sofro a dor da morte dela ate hoje.    Minha Bisa m

Certa vez teve aquele evento que ela queria muito ir e acabou desistindo por falta de companhia. Depois, tiveram aquelas muitas vezes que ela convidou todos os contatos da sua lista telefonica para uma saida simples, um lanche rapido ou uma conversa despretensiosa e acabou ficando em casa, sozinha e chateada.  Tiveram os shows perdidos.  As trilhas canceladas. Viagens e passeios que nunca aconteceram. Os varios atos do projeto social que terminaram antes mesmo de comecar, por falta de pessoal (mesmo ela tendo convidado o maximo possivel de pessoas que conseguiu).As vezes que ela saiu batendo na porta das pessoas que conhecia e ninguem tinha disponibilidade para ela, ninguem tinha prioridade para ela. Pensando bem, muitos foram os finais de semanas solitarios. Os programas planejados (para agradar todo mundo e com muito tempo de antecendencia) que viraram (quase) sempre um "surgiu um imprevisto". E nossa... como surgiram emprevistos.  Pior, tiveram aquelas vezes que e

Poucos dias atras a cachorrinha de uma colega se perdeu. Como de costume para casos assim, sai divulgando as informações nas redes socias e procurando pelo meu bairro. Falei com vizinhos e conhecidos, mostrei a foto dela, etc. Ja havia se passado um noite inteira sem noticias, entao tivemos que aumentar a area de buscas e mudar a estrategia. Saímos, eu e os donos, procurando pelos bairros vizinhos, divulgando nos comercios da redondeza, entregando cartões com as informações para caso alguém a encontrasse.  Basicamente, nessa parte do processo, eu fui nas portarias de todos os condomínios ao redor e entreguei para os porteiros, ou moradores, meu cartão com nome e telefone, bem como, mostrava a foto de Lola e pedia que me ligassem caso a vissem ou achassem. Eis que me falaram o seguinte: Você não devia estar entregando seus cartões por ai enquanto procura por ela, você  é  dog-sitter e isso  é  uma péssima propaganda para seu negocio, porque vai parecer que foi voce que perdeu o cacho

Achei bonito, achei poético, ate compartilhei, mas fiquei curiosa... Qual desenho que mostra um príncipe perfeito?  Qual conto de fadas que fala de um príncipe sem defeitos?  Todos os principes que me vem a  mente, dos que eu conheço (e olhe que me considero uma entendedora nivel médio-avançado de Disney), ou tem defeitos aparentes, tipo burrice e desonestidade, ou os defeitos nao sao diretamente mostrados, mas tambem nao sao totalmente excluidos.  Ninguém nunca contou a vida da princesa depois do casamento. Alias, tem esse filme, Cinderella II, que foi bem bosta. Tem o da pequena sereia II, que mostra nada do príncipe; ou seja, pai e marido ausente. E tem também o da Pocahontas II, mas nao posso nem argumentar pelo John Smith, porque mataram ele no filme (#spoilerdaindignacao), portanto, nao ha como saber como eles eram como maridos, como pais, parceiros, ou se são bons de cama (Principe transa?), porque né, se nao for, ja nao pode ser perfeito.  Além disso, sejamos j

Ana tem o super poder de ser batalhadora. Ela começou, aliás, ela nunca deixou de trabalhar, para se manter, parar crescer, para conservar sua dignidade e não se perder de si. Ana    é  guerreira. Bia, por sua vez, tem o super poder do amor proprio. Ela enfrenta o mundo, rasga os rotulos, e derrota gente que tenta menospresa-la, mantendo um sorriso no rosto e uma certeza de si tão grande quanto suas medidas. Bia    é  (literalmente) um mulherão. Ceica tem o super poder da independencia. Desde cedo aprendeu a se jogar no mundo e ir conquistar o que lhe    é  de direito. Ceiça vai, volta, fica, deixa, move, faz o que for preciso, acompanhada apenas de sua incrível força de vontade e resiliência. Ceiça  é  uma vencedora. Denise e Debbie tem o poder da pureza de coração. Elas estão sempre abertas a receber e doar o melhor das pessoas. São leais, são parceiras, são puras, são verdadeiras. Ambas espalham sementes de amor e de amizade pelo mundo, de uma maneira tão inata q

Ela que parece so bagunça, independência, alegria e imensidão, para quem repara bem, ela  é  toda coração.