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Mostrando postagens de 2019

2020

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Esse ano que se encerra hoje foi um ano de muita provacao, muita morte, muito trabalho arduo de plantacao de sementes que nem sabemos se, e quando, iremos colher. (Sobre)vivemos 2019 com muita luta, garra e uma fe inabalavel de que amanha vira e sera bem melhor. Estamos prontos e esperancosos para a nova decada que se inicia amanha, mas me permito viver o ultimo cliche de reflexao de fim de ano, para compartilhar com voces a maior licao que esse ano me deu, em uma pequena cronica que conto a seguir: Era um fim de semana de sol, na cidade do sol. Nada de novo sob o sol.  Ouvimos falar sobre um lual que um artista independente faria gratuitamente na beira da praia, e como bons amantes de cultura (e gratuidade) que somos, fomos, em bando, assistir.  O dia estava lindo, o mar estava calmo, e a bencao da brisa leve com cheiro de lar da cidade estava incrivel como sempre. O cantor organizou seus instrumentos e comecou sua apresentacao. Entre classicos nacionais novos e antigos, entr

Aquele dia dos 90.

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Outubro de 2019, D. Raimunda faz 90 anos. E a mim foi dada a incubencia de escrever algo a sua altura para homenagea-la. Feliz aniversario vovo, espero que goste. Ontem eu tinha 9 anos, hoje faco 90. Parece apenas poetico, mas é quase como traduzir o sentimento literal do que é o passar do tempo. É tentar explicar que quando abri os olhos esta manha, eu estava no colo da minha mae, na seguranca da casa dos meus pais. Que ao tomar meu primeiro cafe do dia, ja era meu marido que ocupava a mesa, na casa que contruimos para nos. Quando terminei de guardar a louca, ja estava a espera do meu terceiro filho e nao muito depois dali, ao ir tirar um cochilo pos-almoco da tarde, recebi a noticia de que minha filha mais nova iria se casar. No cair da noite eu ja tinha netos, e quando fui dormir, eu ja nao tinha a presenca fisica do meu marido (mas sonhei com ele a noite inteira). Depois veio a casa nova, as formaturas da segunda geracao da minha familia e a chegada da terceira,

Instagramas de atencao.

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Entrei no instagram em 2016. Na epoca, amigos me convenceram a aderir a rede social porque "tem promocoes", "gente famosa", "ninguem mais usa o facebook" e eu lembro de ligar pouco ou nada para cada argumento desse. As promocoes eu nunca participo, apesar de ser marcada em muitas delas. A gente famosa eu posso acompanhar por outros meios, embora tenha alguns artistas que eu gosto de ter essa """proximidade""", e quanto ao "ninguem mais usa o facebook", veja bem meus queridos, eu estou escrevendo num blog agora, entao nao  é  como se eu ligasse muito pra essa historia de ser a rede social do momento ou nao. Uma amiga proxima, contudo, me convenceu a entrar no instagram "pelas fotos". Segundo ela "as fotos la sao muito bonitas e voce pode postar quantas fotos quiser", coisa que no facebook eu fico meio constrangida de fazer porque sempre acho que preciso justificar cada foto postada, ou a quantida

Domando monstros.

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Eu nao sou boa em matematica, nunca fui. Como meu irmao bem traduziu no meu ultimo momento de desespero com essa danada: "a gente  é  meio burrinho para matematica mesmo". E tudo bem tambem, sabe? Porque assim que tive a chance, tranquei esse monstrinho no cofre mais lacrado que pude, no fundo mais fundo do meu armario da alma e prometi nunca mais soltar. Mas a vida, n é ? Ah, a vida! Nos meus quase trinta anos, depois de mais de dez anos sem enfrentar a fera, descobri que, caso quisesse continuar no caminho do meu sonho, eu teria nao so que destrancar a matematica, mas doma-la. Doma-la na sua forma mais bestial, mais complexa (ou eu achava que a matematica ficaria estagnada la no bauzinho?) Ela cresceu, a peste! Cresceu e muito. Se juntou com uma ruma de letras, e expoentes, e fracoes, e sinais... Tascou uma pitada chocante de ingles, so para estar fora do meu idioma nativo ,e agora se chama algebra. Pense num monstro nutrido! E esse monstro tremeu minha base. Digo sem

A alma nos olhos.

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Essa semana meu marido decidiu colocar um espelho no box do banheiro para poder se barbear. E eu nao sei se voce ja vivenciou essa experiencia, mas a sensacao inicial  é  terrivel. Cada gota que escorre naquele espelho,  é  um vulto imaginario que me assusta durante o banho. Fora a esquisitissima ideia de estar "sendo observada" no meu momento de nudez vulneravel. Ainda assim, hoje me peguei encarando aquele espelhinho. Bem pequeno, na parede lateral do banheiro. Localizado estrategicamente para refletir apenas o rosto. Entre vapor e gotas, consegui enxergar meus olhos. "Nossa, que olheiras sao essas?" Pensei enquanto recapitulava como foram minhas ultimas noites de sono, ou se minha saude esta em dia. No meu devaneio, percebi um movimento da pupila do meu olho e resolvi aprecia-lo com  mais cuidado. Lembrei, instantaneamente, que em alguns desenhos animados, a pessoa fica com olhos "sem alma", e fiquei muito satisfeita em constatar que, apesar da mi

Maos Calejadas

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Eu estava lavando a louça quando meu marido enfiou a mao na água para lavar alguns legumes. Levaram milesimos de segundos para ele tirar a mao dali e me dizer que aquela agua estava quente demais.  "Como voce aguenta?" ele indagou.  Dei de ombros e continuei, mas aquilo me fez pensar: Quanta agua quente a gente teve que mergulhar nessa vida ate deixar de se queimar? Quanta tolerancia a gente desenvolve para acomodar ao que incomoda? Quao calejado a gente tem que estar para nao sentir mais a queimadura? E principalmente, quao focado no nosso objetivo nos estamos, para que o que nos machuca nao nos tire do nosso caminho? Nao nos repila ou acue. Reparei que as minhas maos ja nao tem aquela pele macia e juvenil de outrora e lembrei, instantaneamente, que aquela agua quente ja me causou uma reacao parecida com a dele, ate eu acostumar. Ate entender que, para a sujeira ir embora mesmo, ela e indispensavel. A agua nunca deixou de queimar. Na realidade, f

DeSmasei-se

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Quando voce  é  pequeno (e perceba que eu nao usei termos como "jovem" ou "crianca"), as pessoas costumam questionar o que voce quer ser quando crescer. Supondo que na ocasiao, voce tenha maturidade suficiente para dizer que esta feliz sendo crianca, que gosta da infancia, no minimo, recebera em retribuicao um olhar meio desapontado. Afinal, sempre se espera que voce espere um pouco mais. E nao me entenda mal, querer mais nao  é , nem de longe, defeito, mas pode se tornar um exagero e muito do nocivo, se pararmos para prestar real atencao. Entao voce comeca a desejar uma dose extra de alguma coisa aqui, descobre que "um sonho a mais nao faz mal" ali, como diria certa musica, e se pega, de passo em passo, em direcao aos seus objetivos. Sempre em frente, sempre crescendo. Voce fica "menos menor" e gosta dos seus resultados. Cada conquista sua tem te levado a onde quer chegar. E voce aprende a adorar essa sensacao, esse movimento. Constante movime