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Mostrando postagens de 2014

Casamento com os "sem filhos".

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   O mundo teria bem menos gente amarga, revoltada e traumatizada se nossos pais não engolissem, compactuassem e praticassem essa idéia idiota de que filho segura casamento.    Minha gente, parem de ser perversos, vocês não acham que é peso demais para uma pobre criança/adolescente carregar na missão de remontar, ou até mesmo reconstruir do zero, uma relação que os próprios participantes dela - e apenas eles - são culpados e levaram ao fracasso?     Vocês não acham que é completamente injusto, exigir que essas mesmas crianças/adolescentes se responsabilizem por tornar a rotina, convivência, tempo e desgaste em algo agradável, lindo, mútuo assim"do nada"? (Como se só o fato dele(a) chegar fosse capaz de resolver problemas de anos ou de melhorar padrões de uma vida conjugal inteira.)     A gente tem que parar com essa imaturidade de culpar os outros pelos nossos próprios fracassos e incompetências, e entender de uma vez por todas que os únicos responsáveis por aquilo que

MEU ponto de vista.

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Olha, me desculpe. Eu sou careta mesmo. Alienada mesmo. Conformada mesmo.(ASPAS)Machista(ASPAS) mesmo. Eu não vejo problema (em alguns casos) de manter-se dentro de um mínimo padrão social para manter o equilíbrio. Me chamem de manipulada como queiram, eu chamo de escolha. Não, ninguém é obrigado, mas deveria obrigar-se vez em quando a perturbar menos esse padrão já tão torto, dificil, desequilibrado.  O discurso é lindo, não nego! Cada um fazendo o que acha que deve, como e quando deve, todo mundo livre... demais.  Certa vez me disseram isso e repasso a vocês agora: as sociedades mais antigas se perderam pela depravação. Pela falta de regras, pelo excesso de direitos. Putaria, como se diz popularmente.  E putaria é bom, hipocrisia dizer que não - sou muitas coisas, mas longe de ser puritana! Acontece que todo excesso é errado, burro, egoísta. Do mesmo jeito que a sociedade hoje tem regras demais - ou melhor, que a sociedade ontem, que eu vivi, tinha regras demai

Eternas saudades.

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   Aprendi muito cedo o que é saudade. Aliás, tive que aprender cedo demais o significado dessa palavra tão grande e tão forte para uma menina que na época era tão miúda e frágil.     É curioso como essas pancadas da vida tem a capacidade de nos fortalecer nos fragilizando, uma piada pronta e sem graça que deixa um gosto amargo e indigesto, contudo, que nos fortifica como o exercício mais poderoso do mundo e é! A saudade é exercitar o desapego, a falta total de controle sobre quem ou aquilo que amamos. Saudade é exercitar força, capacidade de superação e especialmente, coragem de seguir em frente quando o caminho parece que acabou - fazer um caminho novo, continuar.     Não conheço gente que literalmente morreu de saudade, alguns animais sim, mas nós não somos tão sentimentalmente evoluídos como eles, no entanto, conheço a mim, que quase morro toda vez que a saudade aperta, toda vez que preciso reabrir a ferida para limpá-la, cuidá-la, tentar de novo e de novo que ela ci

Divertimento.

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Eu vou para show é para surtar mesmo.    Gosto de dançar, cantar, gritar, abraçar os meus, chorar, sorrir, sentir. Libertação, sabe o que é? A gente tá tão acostumado com a monotonia das conveniências que esquece o que é se divertir pura e simplesmente. As pessoas tem que parar com esse hábito de 'contentamento descontente', de se conter até se doer, mas sem se doar. Se eu estou lá na minha, curtindo, sem fazer mal a ninguém, pq sempre tem aqueles olhares curiosos, desaprovando,  debochando? Saia de perto e pronto.      Não sou da geração que sai de casa mas continua conectado, nem pretendo. Não sou do grupo de pessoas que opta por tranquilidade, que prefere ficar sentadinho na sua, os contidos, 'educadinhos', os tudo que eu não posso ser pq tenho energia e vontade demais de sentir, de ser e estar. Eu gosto de loucura, de permissão e geralmente escolho esse tipo de evento para participar, então não se preocupe pq você não vai me ver "aglomerando"

2011

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Carta a Infelicidade.

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Nobre companheira que por todos é desprezada,  Sinto muito minha vergonha em tê-la, meu desespero para omití-la e essa minha incapacidade de aceitá-la como parte fundamental a plenitude. Hoje, como em vários outros dias, tive apenas sua companhia para cutir minha fossa tão desprezada e indigesta para a maioria daqueles que acho que me fazem companhia. É engraçado como estamos sempre lotados de pessoas para sugar nossas vibrações boas, mas nenhuma permanece realmente quando precisamos desesperadamente que elas sejam devolvidas. Sei que por todos esses anos tenho sido injusta com a sua doce presença, a única que me permite sair da armadura do queixo erguido e me dá o necessário alívio das lágrimas contidas poderem ser derramadas sem julgamento, sem incoveniências. Obrigado por isso. Acho que com o tempo a gente realmente amadurece e percebe aquilo que importa de fato. Nunca te dei o devido valor e tampouco aprecio estar em sua companhia, contudo, desconheço fidelidade tã

2010.

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Sobre coisas que se mantêm e se fortalecem com o passar dos anos.

Sobre eu em antiga vida.

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" No entanto são os defeitos dela o que mais me custa aturar. Não sei como abafar meus sentimentos. Não posso estar sempre chamando atenção para o seu desmazelo, suas ironias e sua falta de carinho. Também não posso acreditar que a culpa seja sempre minha.  Somos diferente em tudo. É natural, portanto, que entremos em choque. Não posso julgar o caráter, eu apenas a vejo como mãe e justamente isso ela não consegue ser para mim. Sou obrigada a ser minha própria mãe. Afastei-me de todos. Eu mesma tomarei o leme da minha vida e mais tarde decidirei onde aportar. Tudo isso veio a tona principalmente por que formei uma imagem dentro da minha cabeça, a imagem do que chamar de mãe, a menor semelhança com a imagem formada. [...] Quero ver apenas o seu lado bom e procurar em mim mesma o que não encontro nela. Tudo inútil. [...]  As vezes penso que Deus está me pondo a prova; preciso torna-me boa através dos meus próprios esforços, sem exemplos nem bons conselhos. Assim, no futuro, se

Obsoletíveis.

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Vivemos em um mundo de emergência e isso é desesperador. Nos acostumamos tanto a instantaneidade que desaprendemos a esperar. Perseverar é palavra em completo desuso ou em excesso, não existe mais meio termo, definitivamente Quando demora mais do que queremos (ou nos habituamos), deixamos simplesmente de lado e trocamos por uma opção mais prática, simples e rápida. Quando é algo que não se substitui a gente persevera de forma frenética achando que toda essa neurose pode acelerar a ordem natural das coisas - aliás, nada mais acontece com naturalidade, tudo tem que acontecer "para já" e preferencialmente ao mesmo tempo, estamos surtados, só pode. Consigo pensar em pelo menos duas ou três situações diárias que comprovam essa insanidade coletiva, seja essa necessidade exagerada de respostas rápidas sobre qualquer coisa que deveria ser amena e adiável; essa compulsão por engolir informações sem ao menos conseguirmos processá-las ou esse consumo abusivo de tralha, só para esta

"Escolha uma estrada e não olhe para trás."

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Quando mais jovem criei um sistema de relacionamentos que sustento - e que me sustenta - até hoje. Consiste basicamente em retirar - ou deixar - coisas e pessoas da minha vida aos poucos, deletar pequenos pedaços de algo a cada vez que tal coisa demonstra de alguma forma que não vale a pena, isso obviamente é decidido por motivos maiores que uma birra qualquer, geralmente são motivações que reincidiram, afinal, todo mundo e tudo merece uma segunda chance, mas eu não mereço a ilusão de dar chances eternas a quem ou o que definitivamente não vai  mudar. Com esse sistema sobrevivi as piores crises que já passei e consegui apagar completamente aquilo ou aqueles que não mereciam lugar na minha memória (nem mesmo para mágoa). Popularmente falando "se eu não lembro, eu não fiz" e é justamente assim que a coisa toda flui e dá certo. Basicamente, guardo comigo indícios dos contatos com todas as pessoas que crio vínculo - são notas na minha agenda, cartas, objetos, fot

Beijar a flor e provar o fel... ou o mel.

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Estava no meu quarto quando escutei o murmuro de dó vindo lá da cozinha: - Aaaaw, um beija-flor. Era minha mãe pontuando aquele hóspede inesperado no nosso apartamento, inesperado e desesperado, vale salientar. O pobre pássaro estava em uma agonia de dar dó mesmo, se debatendo em meio a luminária, desesperado para sair dali e acuado demais para fazê-lo, começou então a operação resgate daquele serzinho para que ele voltasse a beijar suas flores lá em baixo, no jardim, imaculado, inteiro, sem machucados... Mas como lidar com uma criatura tão miúda e tão aparentemente frágil? O mundo é demasiado bruto e grande para algo tão delicado, ainda assim ele existe e estava ali com o destino na mão desse mesmo mundo. Bolei planos com minha mãe para podermos capturá-lo sem causar-lhe nenhum dano e começou aquele corre, sobe, desce, pega, larga, voa, cai no meio da nossa cozinha... O beija-flor parecia não entender que não estávamos tentando lhe fazer mal, e nem poderia, quantas pessoas re

"Ene-a-ó-til não"

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A algum tempo atrás escrevi sobre "adultecer" e como não poderia deixar de ser, já que partiu de mim e essa minha aversão a tornar-me adulta, discriminei o verbo como se não houvesse amanhã.  Pois bem, amanhã finalmente chegou - alguns anos atrasado, mas em tempo de reconceituar esse meu preconceito. Ser adulta é muito além de terminar os estudos, conseguir um emprego, firmar relacionamentos ou assumir responsabilidades. Você não se tornar adulto por que é formado, trabalha - e é muito bom no que faz, ou por que noivou, casou, teve filhos. Tem muito marmanjo por ai que está pra lá dos seus 40 anos e nunca se tornou adulto, contudo, tem também muita criança - em idade - que é capaz de lecionar sobre o que é ser um adulto e quando eu digo "lecionar" me refiro a exemplos vivos e não a teorias. Ser um adulto de verdade se consolida em uma ação que deveria ser simples, mas definitivamente não é. A ação de saber, querer e poder dizer NÃO! A ação de impo

O corpo é meu!

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Cai por vezes nessa discussão sexista sobre o corpo feminino. Seja sobre a forma, a exposição, a posse, é sempre um debate imenso acerca do tema - curiosamente o debate termina de uma forma ou de outra no discurso que se resume basicamente a "ele não te pertence" e é esse o ponto que quero abordar nesse texto.  Como assim o MEU corpo não ME pertence?  Parece muito injusto carregá-lo toda uma vida e não ter sobre tal direito algum.  Não posso tatuá-lo por que é um templo DE Deus; Não posso expô-lo por que é vergonhoso para minha família, amigos, parceiro, afinal, meu corpo é DEles. Não posso modificá-lo, pois estou infringindo o que a sociedade espera, meu corpo é também DE toda uma sociedade, mas meu ele não é, meu ele não pode ser...  Se fosse eu poderia fazer-lhe o que me der na veneta e, pensando bem, eu até posso, mas não devo e é nesse "não dever" que o desejo é omitido, suprimido, camuflado, é nesse "não dever" que eu vejo garotas sofren

Claro que sim!

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Uma vida inteira lutando contra a vontade de ser um so (por causa da falta de capacidade de outros em faze-lo). Gritando para quem quisesse ouvir que "isso nao e para mim" e que "nunca" aconteceria, porque na minha (nao) vasta experiencia eu sabia que tudo nao passava de "uma utopia completamente fadada ao fracasso". Eis entao que muitos anos depois, engasguei-me com minhas proprias palavras e quis como a coisa mais importante de minha vida, essa tal utopia, esse suposto fracasso. Meu raciocinio tao logico nem sequer fez meu coracao relutar em responder SIM aquela proposta tao indecentemente fantastica que ele me fez, e entao, ontem, assumi o tao temido status de "noiva", a mesma que antecede esposa e que sucede namorada, mas que acima de tudo caracteriza a aceitacao do casamento. Como posso ter relutado por tanto tempo a uma vontade tao implacavel? Como me neguei por anos e anos a sensacao maravilhosa de ser querida, realmente querida e des