Terapia

Tenho mergulhado tão fundo dentro de mim ultimamente, que percebo-me adentrando o desconhecido. Isso é de um prazer inenarrável - e de um perigo tão extenso que não dá para citar. 

Quanto mais longe eu chego, mais difícil é o regresso - digo, a vontade de regressar. Parece que a curiosidade pelos limites dos meu mais sombrio e primitivo interior, me move iluminando o percurso, e  transformando em luz algumas coisas que há muito já não estavam tão claras assim. 

Eu me sinto destemida, confiante, cheia de tesão por descobertas que sabe-se lá o motivo, começaram sem que me desse conta. Estou mais calma, transbordo isso numa ou outra estratégia articulada pela simples busca da paz. Em comportamentos novos, pensamentos novos, talvez. Falo menos o que penso, me permito a neutralidade, a distância de problemas que não são meus, e a busca incessante só pelo o que me faz bem. 

De pouco em pouco, tenho tido perdas significativas como consequência desse meu mergulho... ainda assim insisto que devo continuar. 

Já não me preencho com alegrias superficiais (embora não as descarte totalmente). Banalidades me soam menos necessárias como antes, e algumas pessoas foram totalmente invertidas nos meus pontos de vista... os poucos e bons, tornaram-se menos ainda. Os que de nenhuma maneira viriam a ser, agora são possibilidades.
Acho graça de pouca coisa, ainda assim, é como se fosse feliz como nunca fui até agora. 

Tenho feito planos, projetos, premeditações para o futuro - mesmo me julgando uma chata com tudo isso, estou encantada. 

Posso voltar desse mergulho quando quiser, claro. No entanto, será com uma alma lavada que por muito pouco não é totalmente nova. Ou simplesmente, posso não voltar - morrer lá dentro por encantamento, por descuido, ou por vontade mesmo. Tanto faz, a essa altura (melhor, a essa profundidade.). 



Devo estar 'adultecendo' como tanto temi que estaria, mas estou francamente adorando arriscar isso. 
"...sem perder a ternura jamais" 

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