Bem, SEMPRE bem.




Ora, sejamos francos.

É sabido desde sempre, que essa coisa de "para sempre" é utópica.
Ninguém será essa projeção apaixonante que foi no começo, e nada permanece cativante como costuma ser agora, ou costumava ser a pouco tempo atrás. 

A gente tem isso de se apegar ao que sabe que não existe, e querer dos outros o que nem nós mesmos podemos oferecer.

De que me valeria eternidade, se o que me mantem viva é justamente o nascer? 
O nascer do sol, o nascer dos dias, o nascer de novas pessoas em minha história, de novas situações. 
O nascer dos sonhos, e o nascer de realidades vividas, criadas, reinventadas a cada instante. 

As coisas simplesmente não nascem se não são mortais, finitas... elas não teriam motivo para tal, se fosse diferente.

E embora pareça cruel demais a despedida e a adaptação rigorosa que nos obrigamos a cada nascimento, é como se a morte valesse por si mesma... de lição, de superação, de necessidade!
Os calos, cicatrizes e cansaço que ficam, se transformam em uma energia motivadora a tentar de novo, novamente, mais uma vez - com direito a toda redundância que existir.

Você passa a encarar suas mágoas com humor. E suas quedas com espiritualidade (entenda como quiser).
As pessoas que se permitiram macular o que havia de bom, surgem apenas como cômicos capítulos de uma história sem final feliz - pelo simples motivo de que se realmente é feliz, não é o final.

Sem querer, se evolui... por que na verdade o que se esperava era apenas nascer de novo - no sentido de esquecer os erros, recomeçar. Mas é quase que inevitável desenvolver-se incrivelmente fazendo isso.

Dentre as doses homeopáticas de masoquismo que as relações estabelecem, as lições forçadas que a vida trás e as lágrimas contidas num certo drama 'espetacular' individual... o que fica mesmo são as miudezas significativas, compensadoras incondicionalmente.

São os sorrisos daqueles que queremos bem - ainda que seja naquela queda em que se esfola todo o joelho, e seu filho/irmão mais novo acha engraçadíssimo. Os abraços intensos - mesmo aqueles que te sufocam de tão apertados, ou sei lá, por que o perfume da pessoa é enjoado demais. São os olhares curiosos de gente que vê na sua vida algo de interessante, por mais sem graça que ela te soe (veja só, até os bisbilhoteiros servem para isso.). E os sentimentos contidos em cada um... seja ódio, amor, raiva, inveja, felicidade, decepção.. pois, apenas e tão somente eles que temperam tudo isso e fazem a tão procurada 'receita do bolo' funcionar.

As pessoas especiais deram sentido a vida, os idiotas trouxeram humor para ela. As coisas passageiras, ensinaram a importância do agora, e as 'eternas' traduzem o que é realmente importante. Os acertos empurram para frente, e a teimosia em errar permite a liberdade - e perfeição - de não ter que ser perfeito. As feridas trazem o 'comodismo' saudável, e a capacidade de cura para si mesmo e para os outros - mesmo que essa cura seja não causar feridas nos outros.

O para sempre termina novamente, e o amanhã transforma em lembranças valiosas tudo que ele representou um dia. Sim, o amanhã chega! Se assim não fosse, que seria do hoje, que é o amanhã do ontem? 

Paciência consigo e respeito com a sabedoria do destino, do tempo, e do futuro.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Beijar a flor e provar o fel... ou o mel.

InsanTidade.

Parábola do feijão.