Fardo.



Definitivamente, não suporto essas palavras medidas. 
Essas formalidades forçadas por sentimentos que foram amordaçados e amarguras que me consomem.

Por muitas vezes me dói mais ser esse reflexo indiferente que me transformei, a demonstrar claramente coisas que qualquer um enxerga á distância que me machucam, comovem, incomodam. E talvez, aparente ser mais cômodo estar de cabeça erguida na maioria das vezes, mas ninguém além de mim pode imaginar o esforço inenarrável que é necessário para se erguer a cabeça e fazer brotar um sorriso no rosto depois de mais uma pancada que a vida me dá.

Acontece que meu escudo é essa farsa de ser inatingível, e - por Deus - minha cruz pesa provavelmente até mais que a de quem consegue expressar... consegue esbravejar pro mundo sua raiva, seu ódio e suas mágoas. Aquele de certa forma 'cospe' um veneno que quando ingerido, vai matando pouco a pouco, sem misericórdia.

Eu, de fato, aprendi que "tenho o direito de ficar chateada, mas isso não me dá o direito de ser cruel.", e prático essa lição com toda a disposição e intensidade que posso, mesmo que outros envolvidos não entendam até que ponto não se é cruel... Dessa maneira, vou tentando meticulosamente me manter de pé, por que (como ouvi certa vez), eu já vesti minha armadura e ficarei de queixo erguido mesmo que nada funcione...

E tem funcionado, apesar de... tem funcionado. Algo maior está me mantendo nesse precipício entre loucura e sanidade, entre esmorecer e continuar, e eu tenho convicção que continuará me sustentando enquanto valer a pena.

"...se a cruz pesada for, Cristo estará contigo. O mundo pode até fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo."

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