Controladamente enamorados.



Eu sou só uma menina quando se refere a minha idade, mas já aprendi e vivi o suficiente para saber que relacionamento não tem absolutamente nada a ver com o que ele vem se tornando atualmente.
Conheço garotas muito novas envolvidas em namoros complexos, confusos e sufocantes - aliás, fui uma delas. Ao tempo em que os garotos que também se envolvem nesse tipo de namoro, vão se tornando rancorosos, frios, canalhas.

Vejo banalização do sentimento amor de todas as maneiras, e antes estivesse me referindo só a essa "sexualização" exacerbada de tudo. Cada vez mais tem gente que mesmo com todas as oportunidades de desenvolver sentimentos bonitos, os reverte em mágoa, joguinhos de sedução baratos e acima de tudo, numa medida de forças desenfreada que só prova o quão desgastante pode ser querer se tornar o sexo forte.
Conheço ainda, pessoas que verdadeiramente se gostam, mas  que simplesmente por não expressar isso de maneira correta e não saber aproveitar e cultivar esse sentimento, se perde no percurso e não tem seu final feliz.

Gostaria de poder pegar essas pessoas pelos ombros e sacudi-las, mostrar-lhes o que estão perdendo, desperdiçando. Gostaria também, que alguém fizesse isso comigo quando sou eu que estou no lugar delas. Mas relacionar-se é tão envolvente, contagioso e/ou doentio, que irremediavelmente nos segura numa rede de erros frequentemente repetidos, feridas eternamente expostas e desgastes emocionais infinitamente intensos se não mantermos o controle.

Inclusive, controle é a chave de tudo -  e não, eu não tenho a mínima moral para falar disso, por que sou impulsiva, inconsequente, rebelde, quente e imediatista demais. No entanto, justamente por sê-lo e sofrer graves consequências na minha falta dele é que me vejo na obrigação de ensina-los.

Relacionamento é controle!
É saber controlar onde termina seus direitos e começam os do outro. É controlar os limites saudáveis do ciúme, das discussões, do sexo e até do amor. É controlar a sútil e indispensável individualidade,liberdade, opinião própria. É controlar o que te faz bem, o que não te faz, o que é relevante e o que não é. É controle dos excessos e das faltas, do tempo e da eternidade.
Da razão e acima de tudo, da emoção.

É controle do egoismo e da doação. Do que é seu e do que é de vocês. Do que deve e do que não pode. Controle e manutenção constante do respeito, da consideração, confiança, dos sentimentos e sensações ali depositados.

Mas atenção, relacionar-se não consiste em controlar o outro, pelo contrario... É o controle apenas de si próprio, ao tempo em que se permite descontroladamente a algo ou alguém.



E deve ser bom, genuíno, prazeroso, fazer bem.
Caso contrário... não deve ser nada.

Comentários

  1. Interessante. Já tinha pensando desse seu ponto de vista, mas nunk estive em muitos relacionamentos, e os que eu estive vieram me trazendo tantas dores de cabeça e coisas ruins que hoje em dia prefiro evita-los.

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