O genitor.



Ele não sabia, mas a um longo tempo havia deixado de ser herói para mim.

Não lhe cabia mais a fantasia de indestrutível, ou a máscara de super que eu lhe dei por vezes perdidas no passado.
Não era mais sensato, nem viável ornamenta-lo com minhas crenças infantis de salvação para tudo e a todos, independentemente. Nem pudera ser, pois na nossa jornada muito se perdeu, por causa dele.

Se perderam os anos, as magoas, lembranças ruins, medos, dores, tempo.
Se perderam a infância, a juventude, a rebeldia, os traumas...
Se perdeu tudo que não mais me cabia para crescer, e foi por ele, foi para ele, com ele!

Esse HOMEM, tão humano quanto qualquer outro.
Tão frágil, emocional, autentico e especial, nos seus defeitos e humanidade nada heróica.
Na sua presença em minha vida. Nos nossos momentos, laços, sonhos, vinculo, amor!
Nessa expressão cansada e sabedoria milenar de tantas vivencias, quedas, sofrimento, força, luta e realização.
Os cabelos brancos ofuscados no sorriso contagiante da lição de viver. Ou nessa teimosia inabalável da razão cega, pela qual se debate, acredita, acrescenta e que pouco importa ser correta ou não, apenas motiva a ter vontade própria, livre-arbítrio e coisas mais que qualquer pessoa de carater tem.

Com certeza herói, ele não é mais.
É algo muito mais concreto, cativante, próximo...Um PAI, um amigo, exemplo.
Que guardo no espaço mais nobre que houver em mim, pois a ninguém mais poderia pertencer se não aquele que o moldou (molda).
E que chegando o tempo de retribuição, reciprocidade, inversão... cuidarei com todo carinho, dedicação e afeto que ele merecer, até o fim dos nossos tempos que não tem fim.

(Pai, eu não faço questão de ser tudo, só não quero e não vou ficar muda pra falar de amor pra você. ♫)


Dedicado á Fco Xavier. O meu amado Pai.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Beijar a flor e provar o fel... ou o mel.

InsanTidade.

Parábola do feijão.